quarta-feira, 24 de outubro de 2012

VERSEJAR

VOU CAMINHAR POR ONDE VOAM OS PÁSSAROS E PASSEAR EM SEUS GORJEIOS MATUTINOS EM CÂNTICOS MAVIOSOS, NAS ARVORES FRONDOSAS ONDE OUTRORA CANTAVAM AS CIGARRAS NOTURNAS DE OLEGÁRIO MARIANO. VOU ALCANÇAR AS ESTRÊLAS QUE DIZIAM VERSOS PARA OLAVO BILAC EM SUA IMAGINAÇÃO GLORIOSA, ENQUANTO AMAVA A MAIS LINDA DAS MULHERES. VOU REFUGIAR-ME NAS PALMEIRAS COMPRIDAS, NO POUSO DAS SABIAS DE GONÇALVES DIAS, PORQUE “AS AVES QUE AQUI GORJEIAM, NÃO GORJEIAM COMO LÁ”. VOU ESQUECER DA DOR DO MUNDO E DA SIMBIOSE, DA HEMOPTIASE SOFRIDA DIA A DIA POR AUGUSTO DOS ANJOS E VOAR COMO O CONDOR QUE ADEJA O ESPAÇO INFINITO, QUE NÃO CONHECE O LIMITE CONTIDO NA IMAGINAÇÃO DE VICTOR HUGO OU NO CONDOREIRISMO DE CASTRO ALVES. VOU QUEDAR-ME SILENTE, INERTE E INERME, NA POLTRONA DE SCHOPENHAUER PARA NÃO DIZER MAIS NADA. 07.12.2010.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

CARTAS NÃO REMETIDAS ITAPOÃ

Itapoã, janeiro de 1956. Querido irmão, Edinho. Deixei o Colégio Ipiranga, em período de férias e fui direto para Itapoã, com destino à casa que nosso pai alugou, como sempre faz todos os anos, para o veraneio da família, embora seja exigência da madrasta para o seu próprio deleite. De alguma forma, usufruímos. Logo que cheguei fui visitar aquelas nossas amigas do ano passado, Uiara, Jaciara, Guaraci e Jaci, esta, a mais bonita de todas, de pernas bem torneadas, amiga, sem compromisso, de amor platônico. Iniciei um namoro com Guaraci e temos ido à praia todos os dias, estamos sentindo a sua falta, principalmente nas noites em que sentamos à beira mar, na areia morna e limpa, cantada por Dorival Caimmy, este baiano que encantou e encanta o Rio de Janeiro, o Brasil, fazendo sucesso com as suas musicas nos Estados Unidos da América, através de Carmem Miranda. Com meu violão tenho cantado um bom repertório, tendo como destaque a celebre “Prece ao Vento”, composição de Gilvan Chaves em parceria com Alcyr Pires Vermelho, que muitos pensam ser uma composição de Dorival, pelo estilo e harmonia musical. Versos que interpreto com sentimento e alegria, rodeado destas lindas morenas de Matatu de Brotas, que todos os anos vêm embelezar este antigo pouso de pescadores, por onde as baleias passeavam. Eis a letra: Prece ao Vento Composição de Gilva n Chaves e Alcyr P. Vermelho Gravação de Dorival Caymmi Vento que balança as palhas do coqueiro Vento que encrespa as ondas do mar Vento que assanha os cabelos da morena Me traz notícias de lá Vento que assobia no telhado Chamando para a lua espiar Vento que na beira lá da praia Escutava meu amor a cantar Hoje estou sozinho e tu também... Triste mas lembrando do meu bem... Vento, diga por favor, aonde se escondeu o meu amor... Estamos aguardando a sua presença, com sua voz macia, seu carisma e sua pinta de Victor Mature, segundo comentam as meninas. Você é o galã e eu o coadjuvante crescendo. Uyara tem perguntado por você. Quando você vem? Este Padre ai de Lustosa é rigoroso. Espero que no próximo ano você possa estudar no Colégio Central, em Salvador, como é seu desejo, podendo ficar hospedado na pensão de Seu Bonifácio, próximo ao Relógio de São Pedro e a Avenida Joana Angélica. Pelo visto, meu destino será Feira de Santana em 1957 e Aeronáutica em 1958, sendo esta a vontade da madrasta. Se estes fatos se concretizarem, nos encontraremos, para percorremos pela Rua da Mouraria e os bairros dos Barris, Matatu e adjacências, em noite de lua cheia, ao violão em serenatas, em frente às casas daquelas que haveremos de conquistar, enquanto a juventude nos permite em andanças descompromissadas, sem malícia e com muita poesia. Por enquanto lhe esperamos para curtirmos boas férias, com música, morenice, praia, futebol de areia pela manhã, pegando “jacaré” nas ondas do mar e a expectativa do amanhã que desconhecemos. Despeço-me com os versos de Caimmy: “Coqueiro de Itapoã, coqueiro./Areia de Itapoã, areia./Morena de Itapoã, morena./Saudade de Itapoã, me deixa, me deixa. Oh vento que faz cantiga/ nas folhas, no alto dos coqueirais...”. E ao final – “... E joga uma flor no colo de uma morena de Itapoã”. Um grande abraço,do mano, Milton.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

AMANTES DO PODER

Muitas foram as amantes do poder, que se prostituíram, venderam a alma, o corpo e a sua família, para obter benesses em sua vida pregressa de escravos do vil metal. Desde pequena, Jeanne-Antoinette Poisson foi criada para ser a favorita de Luís 15. Bem-educada e perspicaz conseguiu o que queria. Tornou-se a Madame de Pompadour, uma das mulheres mais influentes da França. Como os casamentos reais eram fruto de acordos políticos e econômicos, o rei buscar amor e prazer nos braços de outras era natural. "Pais empurravam as filhas mais atraentes para os braços do rei, torcendo para que elas terminassem em sua cama", diz Robin Briggs, historiador da Universidade de Oxford (Inglaterra). "A amante tinha acesso direto ao rei e era vista como a mais interessada em seu bem-estar, além de ser uma fonte segura de informações sobre a corte", diz Kathleen Wellman, da Southern Methodist University, em Dallas (EUA). Nos tempos modernos são os homens que superam as mulheres em quantidade, a se prostituírem e a se degradarem, não encontrando limites para se aproximarem e até ocuparem o poder de alguma forma, mesmo que seja se beneficiando da intermediação de negócios palacianos. Aí é a mais valia. Vendem informações, negociam cargos e desconhecem o que é lícito ou ilícito. Os princípios morais são para eles conceitos estranhos. Um dia se xingam e outro dia se abraçam, tudo em nome do interesse múltiplo de poder manipular o erário em proveito próprio e de seus comparsas. A imprensa nacional e internacional tem divulgado este circo dos horrores, que não faz rir a ninguém, pelo contrário, deixam-nos estarrecidos a cada dia como se estivéssemos a assistir um espetáculo inimaginável. A Suprema Corte do país está a se ocupar de um julgamento absurdo de pessoas que usufruíram do poder para se locupletarem e, para tanto, corruptos e corruptores se entrelaçaram em propinas milionárias, sangrando os cofres públicos, sem o menor escrúpulo. Enquanto isto, os congressistas e os donos do poder subvertem os fatos e colocam em foco a figura de um contraventor que deveria estar aos cuidados da polícia em atos corriqueiros. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, atribuiu as críticas à sua atuação nas investigações contra o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, feitas pela CPMI do Cachoeira ao "medo do julgamento do mensalão". E segue: “Os parlamentares que integram a CPMI já anunciaram a intenção de convocar Gurgel para explicar o fato de, em 2009, ele não ter pedido a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a relação de políticos com Cachoeira”. "Eu tenho dito que na verdade o que nós temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. São pessoas que na verdade estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmo, com os fatos de desvio de recursos e corrupção, e ficam muito preocupados com a opção que o procurador-geral tomou em 2009, opção essa altamente bem-sucedida. Não fosse essa opção, nós não teríamos Monte Carlo, nós não teríamos todos estes fatos que acabaram vindo à tona", afirmou”. Não tem sido diferente em nosso país, em todos os rincões, surgindo como uma praga inexpugnável e irreversível, a forma pela qual se relacionam os poderes, em trocas de favores que ainda vão acompanhadas de volumes incalculáveis de recursos públicos, pela insaciabilidade de muitos que elegemos, para a nossa própria desgraça e decepção. Os gestores, para terem as suas contas aprovadas, têm que superar as barreiras do acompanhamento técnico e o parecer dos Tribunais de Contas, compostos de Conselheiros escolhidos por políticos influentes, que os mantêm reféns, e depois se submetem aos parlamentares, que negociam as aprovações a peso de ouro. Esta é a regra geral, com raríssimas exceções. Nos meus quase quarenta anos de labuta no setor jurídico da administração pública, é o que tenho visto, progredindo em escala crescente. Antes, eram dois ou três. Agora são muitos, como se esta fosse a regra, e assim caminha a humanidade. Vou à aposentadoria total, com a frustração de não ter podido contribuir para extinguir esta praga e de não haver colaborado para aprimorar a índole dos meus desiguais. Feira, 07 de setembro de 2012, data da comemoração da “Independência do Brasil”.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A PRAÇA

“A Praça é do povo como o céu é do condor”. Vaticinava o Poeta dos Escravos, quando a praça era realmente um espaço público para encontros, reuniões, apresentações de retretas, filarmônicas e orquestras, para o lazer de seres civilizados. Veio outro poeta apaixonado e escreve: “... A mesma Praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim...” e se transforma em canto que encanta os enamorados e o povo de modo geral, independente da polêmica da autoria dos versos e da canção. Na Praça Padre Ovídio ganhei o meu primeiro beijo na boca e sonhei durante semanas com a nova sensação de me saber amado por uma bela mulher de lábios ardentes. Na Praça da Matriz, assisti a musicalidade de filarmônicas que desfilavam e se apresentavam no Coreto, com dobrados e composições populares para o deleite de casais e famílias sentadas ao derredor, enquanto os jovens em paqueras soltavam beijos, jogavam serpentinas e confetes, durante as festas de Santana. Na Praça Froes da Mota, brinquei de esconder, chicotinho queimado e boca de forno, soltei pipas, troquei juras de amor e perambulei nos recreios matinais. Ali também fiz serenatas para a conquista que não se deu, porque o cavaleiro elegante e rico levou a princesa de um castelo que não construi. Na Praça Serzedelo Correia sentado ao banco busquei nas páginas do Jornal do Brasil o apartamento em Copacabana, para alugar, enquanto me separava da segunda mulher, que me flagrou com outra. Na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, fiz a minha ultima apresentação musical e encerrei a minha carreira artística, por força da ditadura militar de 64. Na Praça da República, em Belo Horizonte, por manifestação estudantil, tive suspensa a aula de estágio no curso de Direito da Universidade Católica de Minas Gerais. Enfim, a Praça de tantos encontros e desencontros, não mais existe. Restou a Praça como ponto de encontro de prostitutas, travestis, transexuais, traficantes e consumidores de drogas, bandidos e proxenetas, marginais de toda espécie, por onde não pode mais transitar o cidadão ou a cidadã. A Praça Padre Ovídio não tinha grades. Era uma área livre que combinava com a liberdade de seu povo na década de 50. Praças de ontem. A Praça de hoje nem a saudade por ali moreja, servindo apenas de abrigo de muitas incertezas. Pobre de nós, enjaulados e confinados em nossas próprias residências com cercas elétricas e monitoradas por empresas de segurança para minimizar o ataque feroz e impiedoso dos malfeitores que o Estado cria e alimenta. Triste Bahia! Triste Brasil! Feira, 15 de junho de 2012.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A CONFRARIA DOS CANALHAS

CON.FRA.RI.A Substantivo feminino. 1. Irmandade (2). 2. Sociedade, associação. CA.NA.LHA Substantivo feminino. 1. Gente reles, desprezível. Substantivo de dois gêneros. 2. Pessoa infame, indigna. Adjetivo de dois gêneros. 3. Infame, vil. Diante destas definições filológicas, lexicográficas, vamos ao nosso entendimento filosófico: A Confraria dos Canalhas é constituída de pessoas desprovidas de princípios morais, se organizam e se apoderam de instituições, outrora sérias e bem intencionadas, para usufruírem benesses, e privilégios, irmanados em um só objetivo – se locupletarem. Na iniciativa privada, se constituem em empresas, via de regra, efêmeras, em tempo suficiente para lesarem fornecedores, após comprarem produtos de consumo, para revenda, mudam a razão social, substituem-se por “laranjas” (pessoas que não possuem bens, nem meios para liquidarem débitos, desprovidas de caráter, mancomunadas com estelionatários), criam novas empresas, ou adquirem fazendas, latifúndios, longa extensão de terra e muito gado, passando a ser cortejado e enaltecido com orgulho, como “cidadão de bem”, “homem honrado”, diante de uma sociedade atônita, silente e conivente. No setor público, alguns são governantes, parlamentares, que se misturam aos bem intencionados, sem compromisso com a administração pública, mas, dela usufruindo. São as sanguessugas, os mensaleiros, os dirceus, os danúbios, os valérios, os cachoeiras, que proliferam geometricamente, para a infelicidade do povo escravizado pela carga tributária excessiva, vigiado por um “leão” insaciável. Em templários, pregam milagres, benefícios do além e enriquecem a custa da ignorância de incautos cidadãos e cidadãs, que sofrem doentes e desprovidos de conhecimentos. Propineiros de plantão, intermediam negócios e concessões públicas. A maioria não tem profissão definida. É orgulhosamente e exclusivamente político. Faz da Polis a sua presa com discursos palantescos e palacianos, com falsas promessas, mergulhados em farras homéricas. É sodomita, que num belo dia vê a casa cair, desmoronar, sem piedade. Mesmo assim, se multiplicam. São como uma praga. São os Lucius, filhos de lúcifer, conselheiros da falcatrua e da improbidade, engalanados, desfilando a sua galhardia pelos corredores da luxúria, com um sorriso cínico nos lábios ou com uma torpe seriedade que não possui, mas finge ter. A confraria está em todo lugar, principalmente onde residem os corruptos e os corruptores, associados aos lobistas. Felizmente existem abrigos e albergues da honradez, para onde podemos, nos refugiar, nos organizar, até que os homens possam se cobrir por inteiro com o manto da dignidade. ERA UMA VEZ. Aparentemente parecia uma reunião de uma diretoria poderosa, altos executivos, discutindo estratégias corporativas, mas era uma corporação criminosa: os homens da mesa eram gângsteres. Negócios para eles significavam, subornos, extorsões e, às vezes, assassinatos. A idéia de uma corporação mafiosa exercendo um poder colossal, parece algo vindo de um filme, mas realmente aconteceu. “Eles tornaram-se uma espécie de governo em sí mesmos, acreditavam que eram um governo. Era um governo no sentido de saber que podiam exercer influência política, podiam subornar as pessoas que mantinham a lei e se manter acima da população” – Selwin Raab – jornalista do New York Times. Feira, 31.05.2012.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

UM FELIZ ENCONTRO

“Eu daria tudo que tivesse, pra voltar aos tempos de criança. Eu não sei por que a gente cresce se não sai de mim esta lembrança. Aos domingos missa na Matriz, na cidadezinha onde eu nasci..., jogos de botão sobre a calçada”. - Aí está um trecho da letra de uma música do grande Ataulfo Alves, compositor, dos melhores do nosso cancioneiro, homem íntegro, elegante, humilde, apesar da sua grandiosidade, no cenário artístico de nosso país, que tive o prazer de conhecer no Café Nice, na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, na década de 60, nas minhas idas à Rádio Nacional, antes da ditadura de 64. Lembrei-me desta música, por ocasião de um encontro não programado, ocasional, quando estive na capela do Dom Pedro, para a despedida de mais um amigo, que nos deixa e vai, segundo se apregoa, – para um mundo melhor. A afirmação se prende ao fato de estarmos vivenciando uma época de conflitos, de negação da amizade, do respeito humano, da solidariedade, com a prosperidade da canalhice e do mau-caratismo. Tive a felicidade de me encontrar, em companhia do amigo Zé Coió, com um cidadão de bem, de caráter irretorquível e de uma simplicidade, própria dos que vencem por mérito pessoal e honradez absoluta. Jaime Cunha, que veio de Santa Bárbara, para esta cidade de Nossa Senhora Santana, para prosperar e colaborar com o crescimento da Princesa do Sertão. Lembramos-nos de nossa infância, de nossas andanças e dos nossos jogos de botão, que não eram na calçada, mas, nas mesas de nossas casas e das casas dos amigos. Fazíamos os nossos próprios botões, com pedaços de casca de coco seco, carcaça de bateria de carro, botões de roupa e outras bugigangas, servindo de bola o botão pequeno das camisas. A trave, fazíamos de arame ou de pedaços de madeira, e o goleiro era uma caixa de fósforos com areia dentro, para dar maior sustentação para a defesa. Cada time era composto de dez jogadores, representados pelos botões, acrescentando-se o goleiro, formando 11 competidores, de cada lado. Colocávamos o símbolo do time de nossa preferência, normalmente representados por times de futebol do Rio de Janeiro, a exemplo do Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense. Seguíamos em disputas, com o critério de quem perde sai para dar lugar a nova disputa com outro time, permanecendo sempre o vencedor, sendo campeão, o que acumulasse maior número de vitórias. Não me lembro, de haver algum dia, em que os ânimos tenham se acirrado, entre os competidores. Havia amizade e respeito mútuo. São decorridos mais de cinquenta anos passados. Durante vinte anos, estive ausente de nossa cidade. Retornei há trinta e dois anos, e, embora morando no mesmo Município, somente nos encontramos para uma conversa, depois de quarenta anos, revivendo um tempo que, infelizmente, não volta nunca mais. “Que saudade da professorinha, que me ensinou o bê-a-bá... onde andará Mariazinha, meu primeiro amor, onde andará?”. (A. Alves). Lamentavelmente, após a destruição dos Clubes Sociais, onde as famílias se encontravam, e, com a deformação do nível cultural, nós, civilizados, só nos encontramos em féretros. Estamos ilhados em nossas casas, reduzidos ao âmbito familiar, aculturados e com medo do vizinho, que não conhecemos. Foi um feliz encontro. Feira de Santana, mês de maio de 2012.

terça-feira, 24 de abril de 2012

BARBA CABELO E BASEADO

É de estarrecer, a notícia desta manhã, divulgada pela Band, quando se anuncia a reunião de estudantes da USP, em prol da Permissividade, no que tange ao consumo de drogas, incluindo a maconha e o álcool. Indignados, os permissivistas, reagem. A reação dos alunos da USP se deu por causa da matéria publicada no portal do Jornal Primeira Página (www.jornalpp.com.br) no dia 10 de novembro, quando cerca de mil estudantes realizaram assembleia decidindo pela paralisação dos dias 17 e 18 de novembro. Na matéria foram relatados os ataques feitos à Polícia Militar, que alguns alunos estavam consumindo bebida alcoólica e o fato de alunos utilizarem a palavra durante o ato fazendo menção a descriminalização da maconha. Porém o tema não foi colocado em pauta pela direção do Caaso, mas em quatro falas o tema foi abordado dando apoio à descriminalização. Descriminalização: Acto . Ato . Ato ou efeito de descriminalizar, de não tratar como crime ou como criminoso. ≠ = CRIMINALIZAÇÃO. descriminalizar - Conjugar (des- + criminalizar) ... A notícia publicada pelo portal do Jornal Primeira Página (www.jornalpp.com.br ) foi recorde de comentários e acessos. Foram mais de 72 comentários contra ou a favor dos estudantes, além de a notícia receber mais de 5 mil acessos durante todo o dia. Uma “pérola” de comentário: “Meu, por que as pessoas querem desvalorizar as questões que os estudantes da usp estão levantando colocando esse lance do consumo das drogas e de bebidas alcóolicas? Que puritanismo barato é esse que está assolando essa sociedade? Puritanismo embebido de HIPOCRISIA, claro. Dane-se se eu ou quem quer que seja consuma ou não drogas, álcool e o diabo nesse país, mas a questão é: me diga onde mais rolam drogas!” Joyce (Unesp/Araraquara) Felizmente a lucidez: “Olha não quero ser radical nos comentários, mas sabe não dá mais para aguentar esses universitários arruaceiros por aqui. Há um monte de estudantes do bem, que entendem a sua função de estudantes, mas estes baderneiros do Caaso merecem ser colocados atrás das grades. Eles atentam contra o bem comum, contra a moralidade e contra a boa universidade pública. CHEGA DOS LOUCOS DO CAASO”. Jurandir Caromano Silva Comentário sobre o uso de Drogas: Carlos Newton O documentário “Quebrando o Tabu”, apresentado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defende uma tese que merece repúdio da sociedade. Todos os países que liberaram o consumo de drogas estão voltando atrás, como ocorre na Holanda, na Suíça e em Portugal, onde passaram a ser assistidas cenas deploráveis de dependentes se injetando na veia, em plena rua. A USP precisa ser revista, com vistas no passado. Vejamos alguns alunos antes da decadência da maior Universidade do País, hoje abrigando verdadeiros marginais da formação profissional e da intelectualidade. Alunos célebres Presidentes da República*: Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Penna, Wenceslau Braz, Delfim Moreira, Arthur Bernardes, Washington Luís e Jânio Quadros. Vultos políticos: barão do Rio Branco, Ruy Barbosa, Ulysses Guimarães, Roberto Costa de Abreu Sodré, Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto, Almino Affonso e Miguel Reale. Poetas: Álvares de Azevedo, Castro Alves, Fagundes Varela, Hilda Hilst, Guilherme de Almeida, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari e Paulo Bonfim. Escritores: José de Alencar, Raul Pompéia, Monteiro Lobato, Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Lygia Fagundes Telles. Jornalistas: Júlio de Mesquita Filho, Otavio Frias Filho, Mino Carta, Roberto D’Ávila, Salomão Esper e José Paulo de Andrade. Artistas: José Celso Martinez Corrêa, Renato Borghi, John Herbert, Renato Consorte, Vida Alves, Juca de Oliveira, Francisco Cuoco, Raul Cortez, Paulo Autran e Luciano Huck. Cineasta: Nelson Pereira dos Santos. * Sobe para 12 o número de ex-presidentes se considerarmos também Júlio Prestes, eleito, mas que não assumiu em razão da Revolução de 1930, José Linhares e Nereu Ramos, ambos interinos por curtos períodos. LIBERALISMO SIM. LIBERTINAGEM NÃO. A DEGRADAÇÃO DOS COSTUMES LEVA UM PAÍS AO CAOS.

domingo, 1 de abril de 2012

A VIAGEM

CAPÍTULO III

Enfim, Rio de Janeiro dos meus sonhos vividos, embora, sem a intensidade merecida.
RIO DE JANEIRO – CIDADE MARAVILHOSA

Domingo, 29 de janeiro de 2012, retornando para o ponto de partida, chegamos e desembarcamos na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, como era conhecida, hoje, Cidade do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa, segunda metrópole mais importante do Brasil e a mais conhecida no exterior, maior rota de turismo internacional do país, tendo como atrações principais – O Pão de Açúcar, Cristo Redentor, praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca, entre tantas, de beleza inigualáveis, além de pontos turísticos, como a Lapa, com seus arcos e boemia, de vida noturna intensa, como dizia o poeta “Lapa dos Capoeiras, Miguelzinho, Camisa Preta, Meia Noite, Edgard... Lapa, minha Lapa boêmia, a lua só vai pra casa depois do sol raiar...”; de Madame Satã, de Jamelão, Carmem Silva, Monarco, Joyce, Arlindo Cruz, Dona Ivone Lara, Moreira da Silva, Beth Carvalho, Roberto Ribeiro, Elza Soares, e tantos outros, desde Silvio Caldas e Francisco Alves, aos tempos modernos do turismo. Ir ao Rio de Janeiro, necessariamente tem que ir a Floresta da Tijuca, Quinta da Boa Vista e a Ilha de Paquetá, no mínimo. Desta vez, não aconteceu. Ao chegarmos, embarcamos em um ónibus de turismo, com guia, totalmente preparado, a nos relatar sobre a fundação da cidade, seu povo, seus costumes, detalhando a construção do Cristo Redentor, que teve a participação de cariocas, senhoras da sociedade local, até a vinda da cabeça do Cristo, obra de artista francês, doada pelo governo da cidade luz, completando o monumento maravilhoso. No percurso, passamos pela Praça Mauá, nome dado em homenagem ao Barão; trecho da Avenida Brasil, Av.Getúlio Vargas, vendo o Sambódramo, de muitos carnavais e desfiles, que fazem o mais insensível dos homens sonhar, passeando nas curvas indescritíveis de sensacionais mulatas e negras, verdadeiras obras divinas, porque, impossível que tenha saido das entranhas de um ventre qualquer. Seguimos, até chegar na Zona Sul, de tantas histórias e ao passar pela Rua Toneleiros, lembrei-me do atentado ao Jornalista Carlos Lacerda, o maior autodidata, depois de Machado de Assis, poliglota, tradutor de obras de Shakespeare, antigo comunista, que aderiu ao capitalismo voraz, com facilidade, combatendo o populismo de Getúlio Vargas, na década de 50, a tal ponto, que o levou ao suicídio em 24 de agosto de 1954, após ação deflagrada por simpatizantes do pai dos pobres, culminando com uma tentativa de homicídio do Corvo, como era também conhecido o Jornalista, pela sua linha de ataque funesto, de quem assume uma posição irracional de mero opositor, como ofício. Destaque-se que, embora opositor, sua linguagem era de um cidadão culto, daqueles que não atropelam o vernáculo, nem saem do verbalismo banal, de detratores analfabetos políticos, que residem no beco da infâmia, passeando pela vida alheia, sem respeito ao próximo. A tentativa levou a morte do Major Vaz, da Aeronáutica, gerando o movimento militarista, que responsabilizou Gregório Furtunato, apelidado de “O Anjo Negro” e ainda tentaram envolver Lutero Vargas, filho de Getúlio. Lutero, que mais tarde amaria Marivone, que amaria o escritor, por longos oito anos. O atentado foi o pivô do movimento, que pretendia o golpe de Estado para tirar Getúlio do poder, que contrariava os interesses dos norte americanos, cujo golpe, se repetiu no governo de João Goulart, em 1964. No City Tour ao Cristo, tive a oportunidade de rever lugares, por onde passei e vivi, durante doze anos. Passamos pela Avenida Atlântica e vi com saudade o Edifício Sevilha, onde morei por dois anos, no apartamento do terceiro andar, dividindo o elevador, por muitas vezes com Nelson Gonçalves, que residia no quinto andar, em época de desespero, quando o grande cantor tentava superar o vício das drogas, enquanto eu, gravava o meu primeiro disco na RCA Victor, substituindo-o. Em Botafogo, lembrei-me do encontro com Irene, que apresentei a Mario Prioli, no Canecão, após longa ausência de namoro, quando pude lhe falar do seu romance com Agostinho dos Santos,das nossas confidências, da traição e do meu revide no hotel da Marquês de Abrantes, quando pude tê-la tão somente minha. Foi a última vez que nos vimos.

ARCOS DA LAPA – RIO DE JANEIRO.
(continua na próxima semana).

terça-feira, 27 de março de 2012

A VIAGEM

CAPÍTULO II

SALVADOR:

Embarcamos no dia 24, contudo, saímos no dia 25. A expectativa é de muita tranqüilidade, com merecido conforto. Este é real, mas, o outro, é relativo, devido ao fato de convivermos com pessoas de diferentes princípios educacionais e culturais, num mundo globalizado, de influência musical alienígena, americanizada, com ritmos estressantes, incluindo o insuportável axé. Para se ter uma idéia, em todos os Bares, em um canto, um maravilhoso piano de calda, que nunca é executado. Impera o teclado e a guitarra. Tudo pago, bebe-se e come-se à vontade, sem restrição. Doze andares (decks). Depois do ocorrido com o Costa Concórdia, muitos indagavam sobre a segurança do navio, contudo, não assusta vez que, em matéria de desastre, este é o meio de transporte mais seguro que existe, até porque, pelo que se sabe, a ultima ocorrência registrada, anteriormente, foi o naufrágio do Titanic, há cem anos. Programamos um passeio de escuna em Búzios, na esperança de vermos, pelo menos, a Rua das Pedras, as suas vinte e três praias, algumas de água morna e outras de água gelada, Poças das Tartarugas e a Igreja de Nossa Senhora Desatadora de Nós e a estátua de Brigitte Bardot, famosa atriz francesa que ali esteve na década de 60, internacionalizando a península, município do estado do Rio de Janeiro, na região dos Lagos, que faz divisa com Cabo Frio, município do qual se tornou autônomo em 1995, cujo desembarque foi frustrado pela chuva que caia. Búzios foi povoada por piratas franceses no tráfico de escravos e madeiras. A paisagem é linda. Permanecemos no navio e fotografamos algumas áreas. Seguimos para Santos, cidade portuária, das mais antigas do Brasil, histórica e ecológica, cujo povoamento teve início em 1540, que, apesar das chuvas, conseguimos desembarcar. Fomos ao Aquário Municipal de Santos, construído em 1945, com 50 tanques, com diversas espécies marinhas, registrado no Livro Guinness dos Recordes em 1995, por ser o maior aquário do País; Museu do Café, um antigo Palácio do Café inaugurado em 1922, para celebrar os 100 anos da independência do Brasil, que mais tarde foi proclamado o Palácio do Comércio de café ou Palácio da Bolsa de Café; Museu do “Santos Futebol Clube”, considerado pela FIFA – organismo internacional de futebol, como o maior time de futebol das Américas, com seu Memorial e Estádio; Ruas, Praias e Praças, de uma cidade que a história ainda não registra a sua grandiosidade.

Salvador-BAHIA.

BÚZIOS-RIO DE JANEIRO

SANTOS – SÃO PAULO

quarta-feira, 14 de março de 2012

A VIAGEM

Capitulo I

O Navio:


Enfim, a tão esperada viagem.

Ainda criança, ouvi muito, na voz inconfundível de Dorival Caymmi, a música de sua composição:
“Peguei um Ita no Norte pra vim pro Rio morar, adeus meu pai, minha mãe, adeus Belém do Pará...”. Nunca entendi porque um baiano, de Salvador, compõe uma letra dizendo–se - saindo de Belém do Pará. Não tem muita importância, este fato, e sim, a viagem de navio, que nos convida a navegar nas águas que cobrem dois terços do nosso planeta. Quando garoto, tive a oportunidade de ir de Cachoeira para a Capital, em um Vapor, embarcação, que fazia a travessia de quem pretendia chegar aos Soteropolitanos, vindo do sertão. Lembrança tênue, embora saudosa. Agora, levado, por informações de amigos, que noticiavam a excelência de uma viagem de navio, embarquei no Soberano, para um tour de oito dias, passando por Búzios, Santos e Rio de Janeiro. Ai vão os relatos:

Primeira parte:

O Cais de Salvador, deveria se chamar Caos, pela falta de estrutura, desorganização, desconforto, bagunça, falta de respeito com os passageiros, sem ventilação, um inferno, incluindo o calor excessivo.
Após a tramitação burocrática e jornada de um quilometro, chegamos ao Navio, que somente zarparia no dia seguinte, às 14 horas. Aproveitamos para revisitar a Praça Cairu, com o seu Mercado Modelo, com artesanato, muita baianidade, com preços para turista americano, a base do dólar. Ali, na década de 50, aluno de Mestre Bimba, desafiei alguns capoeiristas da escola de Mestre Pastinha, do estilo Angola, em tom de brincadeira; Comi Acarajé, Abará, Bolinho de estudante (também chamado de “punheta”), subindo e descendo o Elevador Lacerda (ainda em funcionamento), e, por vezes, o Plano Inclinado (Chariot) que se encontra desativado, graças ao pouco caso daqueles que não amam tanto a nossa Bahia. Lembrei-me de bons retratistas e, com saudade revivi um antigo retrato que ali tirei e guardo, para lembrar que o tempo é cruel, inclusive com a nossa aparência que sai do belo para o feio, num piscar de olhos, embora nos fartemos de vaidade, em momento de narcisismo.

Fiquei absorto e voltei para o Navio, esperando pela partida, rumo ao sul.

OBS.: Continuaremos na próxima edição.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

UMA DEUSA CHAMADA SONIA.

Sonia era um monumento vivo que surgiu, de repente, na vida de Pereira, funcionário público, chefe de repartição, num momento de conflito interno, advindo de uma separação conjugal desastrosa. Chegou bela, como se tivesse fugido do Olimpo ou do Jardim do Éden. Parecia uma deusa pronta para se desnudar no leito com seu corpo lânguido, macio, de pele rosada e macia, calada, para não dizer melodicamente a razão de sua presença. Diante daquele homem, embasbacado, vindo de desilusões amorosas, atônito, pensou que poderia ser o seu grande momento de inspiração para versejar e morrer de amor. Poderia ter sido o seu maior momento. Temeroso, com os desacertos do passado e a conturbação do momento, fugiu. Era a sua obrigação ministrar tarefas e obrigações para aquela que iria trabalhar na mesma repartição e, como que por castigo, ali do seu lado, para se ver tanta beleza sem poder usufruir. Resolveu apresentá-la ao amigo, companheiro de labuta, Ziza, mulato simpático, ex-jogador de futebol do Clube Atlético Mineiro, passando-lhe a responsabilidade do ensinamento do serviço burocrático. Foram tantos os contatos diretos que, inevitavelmente, se envolveram em um romance de fazer inveja ao coração mais empedernido e decepcionado. Percebia-se um amor vivenciado com paixão e loucuras de alcova. Para consolar Pereira, que se via só a cada dia, apresentaram-lhe uma amiga, magra, esguia, que talvez suprisse o equívoco de ter presenteado o amigo com aquela que seria a sua grande paixão das alterosas. Tentou o romance, mas em vão foram as suas tentativas de conquista com aquela que se fazia difícil de tal forma que, da possibilidade da embriaguez amorosa, surgiu a antipatia, motivando-lhe, por vingança, a construção de uma poesia:
BRUXILDA Nº 2
(OPUS SAPO).

NARIZ ARREBITADO,
LIGEIRAMENTE ACEBOLADO.
BOCA – CORTE RÁPIDO,
FINO, DISFARSANDO EM LÁBIOS,
LADEADA POR DUAS PAPEIRAS MURCHAS E FLÁCIDAS.
OLHO DE VIDRO – AVAMPIRADOS,
TERRORIFICANDO AS NOITES.
TESTA CURTA, PECULIAR AOS BAGRES.
CABELOS AMILHARADOS,
DE FEDOR PRESENTE,
ESVOASSADOS,
COMO SE FOSSEM VINDOS
DA TOURNNÉ LÚGUBRE DAS VASSOURAS TORTAS.
PERNAS ASSABIADAS,
MURCHULENTA BUNDA,
CORPO PONTILHADO DE VERRUGAS MORTAS.
UM TODO DE MACABRO,
UM MISTO DE MORTE-NASCENDO.
ENFIM, A COMPOSIÇÃO DO MEDO,
INEXISTINDO E SENDO:
BRUXILDA DA SILVA SUSTO.

B. H. 5/5/1972. (EM UM DIA DE MEDO).

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

AGM

Enviado por Jair Onofre - 13.01.2012 06:14h
Emenda à Lei Orgânica
Feira de Santana poderá ter Advocacia Geral Municipal


Foto: Chefe de Gabinete da Prefeitura de Feira de Santana advogado Milton Brito

O prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta (DEM), assinou decreto criando uma comissão para propor emenda à Lei Orgânica do Município, criando a Advocacia Geral do Município, enquadramento e estruturação do Plano de Carreira e Salários do quadro de funcionários. Com isso, a Procuradoria Geral do Municipal, apesar de sua autonomia, hierarquicamente estará subordinada à AGM. A comissão, que tem prazo de 60 dias para apresentar o projeto ao prefeito, é composta pelos secretários Milton Brito e Celso Pereira, mais Ana Rita Braga e Hélcio Almeida, todos advogados. A proposta terá que passar pela Câmara de Vereadores e, para ser aprovada, necessita do voto de dois terços dos legisladores.