segunda-feira, 9 de outubro de 2017

POEMA Nº 4 - LIVRO "O EU SOFRIDO"

Deixe-me pensar,
Vagar ou divagar
Sem nenhuma afirmação
Ou negação, absolutas;
Viver o circunstancial
À tua presença,
Em convivência sem conveniência
Outra, senão a de nós dois.
Deixe-me fugir ao pré-determinado,
Saber que não afirmo
E não defino.
Que não busco a explicação
Mais ou menos lógica.
Que não quero e não pretendo
O certo ou o incerto;;;
Que busco apenas
"A lógica do nada".

Deixe-me pensar,
Vagar ou divagar
Sem nenhuma conclusão;
Sem temor e sem tremor;
Sem razão ou com razão;
Sem ódio e sem amor;
Na pretensão apenas
Da "lógica do nada".

A metafísica, a praxi,
O empíreo pensamento humano,
A verdade e a mentira,
A glória e o obscurantismo,
A física,
A dor,
A voz,
O sentimento,
A valsa,
O verbo,
O nominalismo...
Uma série de conceitos
Formulados e determinados.
Explicações perenes, pretendidas,
Mentalidades confusas e finitas.

Invejo a fé e a pretensão
Dos absurdos,
E tantos creem...
E versificam
E supõem...
E tanto se pretende,
Enfim, na humanidade...
E tanto se propõe
Humanamente,
Para a dízima - eterna -periódica,
Do problema:

 "A lógica do nada".

05/06 à 08/06/68.

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